sexta-feira, 4 de março de 2011

Black Star

Gosto de tentar entender o complexo, o abstrato e até o irreal. Aprecio a criatividade, inovação e o incomum. Guardo lembrança do vago, do momentâneo e quem sabe do importante. Desenho olhos, caminhos, árvores e ursos. Reclamo do óbvio. E do ócio. Vivo no tédio, na graça, no amor e na rotina. Caio na rotina. Rio da rotina. Ando com gente estranha. Que já não era estranha. Mas virou desconhecida. Diga-me com quem tu andas que direi quem tu és. Uma ova! Se fosse assim teria personalidade múltipla. Não rôo mais unhas. Gosto de arte. Não gosto de músicas, gosto de música. Me sinto diferente e indiferente ao mesmo tempo. Talvez um leve ao outro, talvez não. Me encanta o memorável. Sou sociável. Quando me convém. Tenho problema com insônia, dinheiro, pais, gente que impõe a opinião sobre a dos outros, camarões e gastrite. Causo riso nas pessoas. Rindo comigo, de mim, que me importa? Coloco os outros sempre na frente. Guardo remorso. Mas não de gente que tentou fazer a situação melhor. Não fumo. Mas não abomino o fumo em gente da minha idade. Tenho opinião formada sobre certos assuntos. Falo de coisas que nem imagino o que sejam. Falo com pessoas que nem imagino quem sejam. Falo sozinho. Ou com loucos. Também não me importa. Sou contraditório. Até demais. E falo. E canto. E rio.

Sozinho.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

People marching to the drums.

Eu vejo gente. Simplesmente... gente.
Vejo gente andando, correndo, a passos largos ou lentos.
Gente feliz, estressada, atrasada e ainda de cara amarrada.
Suja, rica, humilhada ou ainda não acordada,
Vejo gente que ainda espera sentada.
Gente com medo, que assina e não lê, hipócrita, que não vê.
Humilde, amada, apaixonada ou ainda desempregada,
Eu vejo gente da minha calçada.
Vejo gente que luta, que chora ao ver filme de romance,
Gente a ponto de arrematar em um lance.
Carinhosa, mimada, que pega moeda do chão,
Da minha calçada eu vejo gente que não sabe dizer não.
Eu vejo tanta gente, quem sabe eu não te encontre?
Gente que esconde e depois não sabe onde.
Safada, atirada ou que não sabe o que quer,
Eu vejo gente que um dia já quis ser mulher.
Hoje eu vejo tanta gente, tanta criança comendo do chão,
Que eu me pergunto se teria valido a pena dividir aquele pão.
Mas quem sabe um dia, de tanta gente na avenida,
Eu não ache aquela que um dia cure essa ferida.
Na calçada, abertamente... Eu vejo gente.
Simplesmente gente.